sexta-feira, 28 de abril de 2017

Refletindo sobre oração...

Há algumas semanas assisti ao filme Deus não está morto 2 e, entre tantas cenas no filme que eu achei interessante, uma me chamou a atenção. A cena em questão está logo no início e não muda em nada o que vai acontecer depois no filme e não envolve diretamente a trama principal do filme, então vou comentá-la aqui sem dar spoilers.
Nesta cena em questão uma mulher descobre que foi curada de um câncer e liga para o vocalista da banda Newsboys contando o milagre. Ele se alegra com ela, mas ela diz que não consegue acreditar no que aconteceu e ele pergunta: mas não foi para isto que você orou?
Hoje, lendo o capítulo 12 do livro de Atos encontro uma situação muito parecida. Pedro tinha sido preso por pregar sobre Jesus e, no meio da noite, um anjo aparece para ele na cadeira e o tira de lá passando pelas celas e paredes. No momento ele pensava que estava tendo uma visão, mas, ao se ver livre da prisão, percebeu que era realidade. Então foi até uma casa onde as pessoas estavam orando por ele. Ao chamar na porta uma menina reconhece sua voz e diz às pessoas que Pedro estava lá. As pessoas não acreditaram nela e continuaram a orar, só depois que Pedro perseverou em bater que perceberam que era verdade.
Após reconhecer algumas semelhanças entre estas histórias comecei a pensar se às vezes eu não tenho agido desta maneira. Se eu oro pra que algo aconteça, mas eu não sou capaz de acreditar ou perceber que já recebi o milagre, mas ainda estou orando por ele.
A bíblia nos diz em Romanos 8:26, que o Espírito Santo nos ajuda em nossas fraquezas, porque não sabemos pedir as coisas como convém. E é verdade! Quantas vezes eu me pego orando e, em vez de pedir que Deus faça a sua vontade, que é boa perfeita e agradável (Romanos 12:2) eu estou tentando dar as minhas próprias soluções para Deus? Quem sou eu pra achar que sei mais do que Deus para dizer o que Ele deve fazer? E quantas vezes também eu peço por algo que eu já tenho, mas não tenho capacidade para perceber?
É como uma pessoa que pede para Deus um carro que é mais caro do que ela pode comprar. Passam uns dias e ela é promovida no trabalho e pensa "poxa! não é o que eu estava pedindo, mas fico feliz". Seu salário sobe o suficiente pra conseguir comprar o carro, sua saúde é renovada para trabalhar, até mesmo a concessionária da sua cidade faz uma promoção do carro zero e a pessoa não percebe o milagre acontecendo porque está esperando que o tão sonhado carro apareça na garagem de casa.
Sem perceber, vivemos milagres diariamente. Quantas vezes, por exemplo, alguém nos fecha no trânsito e conseguimos sair ilesos dando todo o mérito para nossos próprios reflexos?
E quando está claro que o milagre aconteceu, mas eu não consigo acreditar? Eu estava orando para algo impossível, eu queria que acontecesse, mas eu não acredito que possa acontecer. A bíblia nos diz que tudo o que pedirmos em oração, crendo, receberemos (Mateus 21:22) e qua não há impossíveis para Deus. Nós realmente acreditamos que Deus pode todas as coisas, mas às vezes condicionamos o agir de Deus pelas nossas limitações e não pelo poder que Ele tem de fazer acontecer. Eu posso pensar: eu vou orar, mas Deus não vai fazer, porque eu não tenho fé o suficiente pra fazer acontecer. Jesus disse que se nossa fé fosse do tamanho de um grão de mostarda nós conseguiríamos mudar os montes de lugar. Quando o centurião pediu que Jesus desse apenas uma palavra para curar seu servo (Lucas 7:6-10) ele não pediu sabendo que ele tinha uma grande fé, ele nem sequer era discípulo de Jesus, mas sabia que Jesus fazia milagres. 
Resta então refletirmos um pouco: O que eu quero realmente quando eu oro? Quero que Deus realize os meus desejos e caprichos ou quero entregar minhas necessidades e limitações nas mãos Dele sabendo que Ele pode todas as coisas?

sexta-feira, 10 de março de 2017

Fobia social e a Guerra de Egos

Acordei nesta manhã pensando sobre este blog e muitas outras coisas que tenho feito e vivido. Embora esteja descobrindo um mundo novo e vivendo várias mudanças em minha vida, não queria escrever sobre estas mudanças, por ser algo muito pessoal, mas de um tempo pra cá eu tenho refletido muito sobre diversas coisas e acredito que não foge da proposta do blog escrever o que eu penso também e não somente alguma aventura que eu tenha vivido.

Eu sempre fui uma pessoa muito ansiosa, desde pequena. Eu nunca fui analisada por um profissional para ter certeza, mas durante minha vida toda eu tive sintomas de uma ansiedade social, ou fobia social. Fobia social não é ter medo de gente, mas na prática, temer a análise das pessoas, a reação das pessoas, é tentar falar em público e travar, não porque não se sabe o que falar, mas porque o olhar de alguma pessoa na plateia te paralisou e, depois de ter passado o discurso, não é ser como qualquer pessoa que se sente aliviado pela situação ter acabado, mas a cena fica se repetindo na memória e no subconsciente, tirando o sono, fazendo a gente pensar que deveria ter usado outra palavra em vez da palavra usada. Minha farta memória pode ser uma bênção, por eu me lembrar de tantos momentos bons, mas também um fardo por não me permitir esquecer por completo momentos ruins. Não é nem questão de mágoa com alguém, mas o sentimento da vergonha do momento do stress causado em meio a uma situação de fobia social volta algumas vezes até que se consiga superar o que se passou.
Eu passava mal em todos os dias de prova na escola. Eu terminava a prova e pedia pra professora se eu podia sair da sala, porque meu estômago reagia de maneira involuntária e não era um desespero porque eu não sabia a matéria, porque eu sempre tirava ótimas notas, mas a cobrança da avaliação em si. É como nos exames práticos da auto escola, que eu fiz cinco vezes e não passei. Até mesmo minha instrutora de trânsito não entendia como eu reprovava sendo que eu sempre ia bem nas aulas. Mas eu ficava num nível tão grande de stress e ansiedade, que eu não conseguia nem ligar o carro, me dava um completo branco.
Eu tive vários amigos no decorrer da vida, mas sempre tive dificuldade de me abrir. Foram poucos os amigos que escutaram desabafos meus e puderam me aconselhar. Às vezes eu voltava de algum lugar onde passei horas alegres com várias pessoas, mas em casa me sentia sozinha, porque nenhuma daquelas pessoas da multidão conhecia minha forma de pensar, minhas paixões, minhas certezas e anseios, eram apenas pessoas com que eu podia compartilhar momentos.
Parece um pouco dramático ou superficial falar da minha vida desta forma. Dá a impressão que eu tinha um vazio. Quando as pessoas que eu amo estavam por perto, família, amigos mais próximos, namorado, tudo parecia mais fácil. Quando eles não estavam era o momento da minha mente querer trabalhar contra mim.
As pessoas podem pensar: ué! mas você não acredita em Deus? como você pode se sentir sozinha e ter ansiedade se você conhece a Deus? Eu acredito sim em Deus, tenho fé, acredito que Ele pode me preencher, mas também acredito que dependo das pessoas ao meu redor. Não para viver, mas para ter apoio emocional. Se as pessoas à nossa volta não fossem importantes o mandamento seria apenas Amar a Deus sobre todas as coisas e pronto, mas existe a parte do Amar ao próximo como a nós mesmos. Mas esta segunda parte, principalmente num mundo onde um se sente mais importante que o outro, é praticamente dispensável.
Hoje, olhando para tudo o que eu vivi, me vejo mais forte emocionalmente, mais forte na fé e sinto que venci a ansiedade. Cada momento em que passei "sozinha", em vez de me desesperar e perder o chão, eu procurei a Deus e aos livros. Eu li livros de psicologia (e posso confirmar que sempre fui cética com relação à eficiência da psicologia, até compreendê-la), traçando paralelos com a Bíblia e percebi que a Bíblia é um grande livro de psicologia e apoio emocional, além do espiritual, é claro.

"Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.
Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo."
1 Coríntios 2:14-16


Em meio ao caos de uma mente ansiosa e cheia de conflitos internos, não somos capazes muitas vezes de encontrar uma solução, nos perdemos no que o Dr. Augusto Cury chama de Janelas Killers, que são os pensamentos e traumas que vêm à tona no momento de stress. Analisando a Bíblia podemos decidir se agimos de acordo com nossa natureza humana ou espiritual. Podemos ser os dois, mas um nos agrada momentaneamente (na ilusão de sempre acharmos que estamos com a razão), mas nos destrói; o outro nos faz ceder mais e deixar nossas próprias vontades, mas nos cura, não só do egoísmo, mas dos traumas, da solidão, dos complexos e de nós mesmos (que muitas vezes somos nossos próprios carrascos).
Parei pra pensar e, pra que eu tenha a mente de Cristo, eu devo agir como Ele agiu. Eu devo ser capaz de olhar pra um traidor e ter compaixão dele, devo ser capaz de não olhar para o meu próprio umbigo sem me preocupar com mais ninguém, devo ser capaz de perdoar aqueles que eu sei que vão me matar.
Estamos vivendo dias de guerras de egos em todo lugar: na internet, no trabalho, na igreja... Escutamos tanto as frases "seja você mesmo!", "vão ter que te aceitar assim como você é!", "você não é todo mundo", "se fulano pular da ponte, você pula também?" que acabamos acreditando que o "fulano" nunca está certo, não merece nossa compreensão e eu posso ser eu mesmo sem pensar nele. Pensamos saber o que é melhor pra nós mesmos e não estamos nem aí se alguém vai sair prejudicado com nossas atitudes ou se vamos matar as emoções e esperanças de alguém com nossas palavras. Eu prefiro ficar com as palavras de Jesus:

"Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis." João 13:34

"Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?
E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?
Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus."
Mateus 5:46-48
Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.
Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.
1 Coríntios 2:14
Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.
Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.
1 Coríntios 2:14-16

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Operadores de Telemarketing - parte II

No post anterior falei de algumas situações estressantes que passei com Suporte Telefônico. Neste novo post eu vou contar algumas situações um pouco mais tranquilas.
Quando eu estava na adolescência eu recebia muitos telefonemas em casa oferecendo cursos de informática, inglês e espanhol. Algumas das propostas meus pais até corriam atrás para ver se eram tudo o que estavam prometendo, mas na maioria das vezes eram descontos para pagarmos a mesma quantia que pagaríamos para fazer qualquer outro curso em qualquer escola.
O tempo passou. Eu fiz curso de inglês, teatro, informática básica, informática avançada com web design,  me formei em Tecnologia em Informática pela Unicamp e aprendi espanhol por conta. Daí por diante, as ligações foram diminuindo à medida que as pessoas iam ligando e eu dizia que já tinha feito os cursos que me ofereciam e que eu não tinha ninguém para indicar para fazê-los no meu lugar.
Eu achava um verdadeiro mistério estas escolas de idiomas e cursos me localizarem. Durante um tempo eu fiquei tão cansada de receber tantas ligações, que eu parei de preencher enquetes de rádios que faziam nas ruas, cadastros em lugares que eu não conhecia bem e até mesmo cupons de sorteios de supermercado, mas não adiantava.
Passados alguns anos, meu pai e eu estávamos desempregados e recebemos uma ligação em casa, dizendo que tínhamos conseguido um desconto grandioso em um curso que nos treinaria para entrevistas de emprego e nos encaminharia para o mercado de trabalho. Pelo valor que estavam nos oferendo, achamos que compensava e fomos até o local fazer nossa matrícula.
Nossa primeira aula foi uma verdadeira surpresa. Quando chegamos na sala de aula conhecemos outras pessoas desempregadas que estavam passando pelas mesmas dificuldades, conversamos um pouco, mas ninguém sabia o que aquele curso teria a oferecer. De repente, chega uma conhecida da família, que sabíamos que não tinha nenhuma formação especial pra lecionar. Pensamos que ela estava lá para fazer o curso também, mas ela começou a se apresentar como professora. Naquela hora eu já pensei que estávamos em um barco furado, mas decidimos continuar pra ver no que ia dar.
Ela começou a falar aquelas coisas que sempre falam do tipo de roupa pra uma entrevista, que deveríamos preencher corretamente as informações do nosso currículo e nada de novo. Depois ela nos disse que estava na hora do intervalo e que depois continuaríamos com a aula prática.
Quando voltamos do intervalo, ela nos encaminhou a uma sala com vários telefones e listas telefônicas e disse que tínhamos que ligar para as pessoas das listas, oferecendo o mesmo curso que estávamos fazendo, com as mesmas promoções que nos ofereceram e tínhamos uma meta de telefonemas para cumprir. Naquele momento, constatei que tínhamos caído em um verdadeiro golpe. Com certeza o telefonema que atendemos foi feito por um dos supostos alunos em treinamento por aquela escolinha bizarra e que eles estavam recrutando pessoas para fazer o serviço de telemarketing deles sem que eles precisassem pagá-las. Era um curso de fachada apenas para conseguir atrair pessoas para pagar a inscrição e fazer o serviço sujo para eles.
Olhei para o meu pai e concordamos ver no que aquilo ia dar e a cada ligação, tínhamos a certeza de que aquela lista de nomes que tínhamos era aleatória e não de pessoas que realmente fizeram algum cadastro ou demonstraram algum interesse pelo curso.
Uma das ligações que eu fiz era procurando um homem chamado Marcos. Uma moça atendeu e me perguntou o que eu gostaria de falar com ele. Expliquei que estávamos oferecendo um curso e a moça me disse que não teria como, porque ele tinha morrido algumas semanas antes.
Quando deu o nosso horário saímos e não voltamos sem dar nenhuma justificativa ou explicação.
Moral da história: quando a esmola é muita, desconfie, pergunte, procure se informar melhor. O que mais tem é gente ligando dizendo que fomos sorteados para ganhar alguma coisa e, quando não queremos, começam a querer "transferir seu prêmio" para alguém da família, seu vizinho ou seu cachorro... atenção para não ser enganado nunca é demais!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Operadores de Telemarketing - parte I

Quero começar o post pedindo desculpas a vocês amigos Operadores de Telemarketing pelas declarações que farei neste texto. Não é minha intenção generalizar os profissionais da área, mas sim descrever situações que aconteceram comigo.
Eu tenho um sério problema para falar ao telefone. Não sei, é uma coisa minha, um defeito, uma deficiência, um problema psicológico talvez, mas eu não gosto de falar ao telefone. Se falar ao telefone com pessoas que eu conheço já me incomoda um pouco, quanto mais conversar com aquelas que eu não conheço.
Parte deste problema foi resolvida quando eu comecei a trabalhar. Como eu preciso atender telefonemas de estranhos no serviço, tive que deixar um pouco de lado meus problemas pessoais.
E é num ambiente de trabalho que começa o meu primeiro relato onde eu cheguei a me irritar com uma empresa de suporte técnico de uma empresa de tecnologia ao ponto de ser um pouco ignorante no modo de falar (quem me conhece bem, sabe que é difícil eu perder a calma a este ponto).
O que aconteceu é que havia um computador onde eu presto suporte técnico que estava com a placa de rede queimada. Eu sou técnica em informática, fiz os testes necessários e constatei que este era o problema. O problema é que a empresa em questão precisa seguir protocolos desnecessários que dificultam e atrasam o procedimento. Eu expliquei o problema, falei que teria que trocar a placa e a máquina estava na garantia. O cara do suporte me aconselhou a atualizar a BIOS.
No mesmo dia, após atualizar a BIOS, outro atendente me disse que eu não havia feito o procedimento correto, porque ainda estava desatualizado. Eu disse que não, que a data tinha modificado e eu tinha pego o arquivo direto no site deles. Não acreditando que alguém além deles era capaz de fazer o procedimento, ele me falou onde eu deveria encontrar o arquivo correto e era igual o que eu já tinha baixado. Mesmo assim, eu segui o que ele falou e nada mudou.
Eu passei entre 3 e 4 dias falando com vários atendentes da empresa e nenhum deles aceitava mandar uma nova peça para troca da peça com defeito. Até que chegou em um dos atendentes que já iniciou a conversa na defensiva. Ele começou a dizer que eu não conseguia colaborar com eles, porque eu deveria estar na frente da máquina para eles me orientarem. Eu disse que não, que eu tinha conhecimento técnico suficiente pra eles me explicarem o que era necessário pra que eu fizesse e quais as respostas que eles gostariam de ter para cada teste. Ele me perguntou: "por que você não pode ir até o local?"- e eu disse, desta vez sem muita educação: "porque eu já fiz estes procedimentos, a placa de rede está queimada, a máquina está longe e eu vou ter que ir até lá e ligar de novo e aí vou ter que falar com outro burro que não sabe o assunto!" - ele ficou irritado: "aqui não tem nenhum burro!" - e eu soltei: "desculpe! me expressei mal. Vocês são despreparados."
Depois de ele muito insistir eu disse que iria até o local onde estava a máquina. Mais tarde, liguei do local e, como eu tinha previsto, um outro atendente diferente atendeu ao telefone. Ele me fez as mesmas perguntas, mas porque eu estava na frente da máquina desta vez (pra mim não fez a mínima diferença) ele foi mais educado. Quando ele me instruiu a fazer o procedimento e o resultado foi o mesmo que eu estava conseguindo há dias, ele soltou um "VISH", me pediu para aguardar e voltou para a ligação uns 3 minutos depois falando que estava atualizado mesmo, que eles tinham se enganado e que mandariam uma nova peça.
Todo o stress poderia ter sido evitado se eles conseguissem dialogar em vez de seguir perguntas prontas...
Outra vez, tive que ligar para a mesma empresa por causa da placa de rede de outra máquina. Eles perguntaram se houve alguma queda de energia e eu disse que na minha sala houve queda, mas que eu não sabia se no local onde a máquina estava houve o mesmo problema, já que ficam muito distantes e usam disjuntores diferentes. Ele disse seco: "então a garantia não cobre!" - eu perguntei: "mas como eu posso saber se foi por causa disto mesmo? se eu tivesse omitido o problema de energia vocês viriam até aqui normalmente!" - ele disse: "mas se nós fôssemos até aí e constatássemos que o problema foi de energia, vocês teriam que pagar a visita!" - eu disse: "então seus técnicos conseguem descobrir se o problema foi este ou não?" - ele disse: "conseguem!" - eu disse: "então pode mandá-los pra cá!" - ele, inconformado, disse: "mas você já sabe que vão cobrar se este for o problema, né?"
Passados alguns dias, o técnico deles chegou, fez os testes e me disse: "eles colocaram no pedido do atendimento que era pra eu cobrar por ser problema de oscilação de energia, mas a placa não foi queimada, só está com defeito! Então não vou cobrar!"
Estas foram as únicas vezes que me irritei com suporte telefônico, mas já consegui que um suporte ficasse irritado comigo. É que a maior parte das vezes que me ligam oferecendo um curso, um produto ou um serviço, eu converso numa boa até a pessoa desistir e me desejar um bom dia, mas na semana passada foi diferente: um rapaz me ligou do banco (onde eu tenho conta) e em vez de me oferecer um serviço ele disse que um novo cartão seria entregue na minha casa. Eu havia recebido um cartão recentemente e desconfiei: "por que vou receber um novo cartão? o cartão que eu tenho é novo!" - ele começou a dizer que eu tinha sido escolhida para ter um aumento no limite do cartão e por causa disto eu teria que receber um novo, que seria livre de anuidade (isto desde que eu o desbloqueasse e fizesse compras no crédito todos os meses). Eu questionei: "mas qual foi o critério de seleção? Por que eu fui escolhida para receber um aumento de limite?" - ele não gostou de ser questionado e começou a me dizer que era apenas um limite, que isto não mudaria em nada a  minha vida e que eu não era obrigada a aceitar. Quando ele disse isto, foi a minha deixa para pedir que deixasse tudo como estava. Não estou precisando de um aumento de limite agora e, se eu precisar, eu posso procurar a gerência e pedir. Ele disse rapidamente: "então tá! tenha um bom dia!" e desligou sem que eu pudesse dizer mais nada.
Nunca foi minha intenção ser ignorante com as pessoas, nem fazê-los perder a calma por pura diversão. Sei que estão fazendo o trabalho deles, mas sei que eu tenho meus direitos como consumidor e não deixo me levar pela empolgação das ideias de promoções que eles tentam vender.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Confusões na escola

Uma vez, após brigar com uma menina da classe, outra menina disse para mim e para nossa professora que eu nunca me metia em confusão, porque eu sempre ficava quieta no meu canto. Isso era verdade na maioria das vezes, mas eu tive meus momentos de confusão na escola.
Teve uma vez que eu comecei a perseguir uma aluna japonesa da escola para tentar ser amiga dela, porque eu achava que todos os japoneses eram parentes da minha prima mestiça (eu não estava totalmente errada de certa forma, mas aquilo foi exagero). Eu conto melhor a história neste post.
Outra vez, conforme conto neste outro post, eu me envolvi em diversas confusões logo que entrei na escola. Eu era uma criança hiperativa, que morria de vontade de aprender tudo a todo momento e às vezes acabava extravasando toda esta energia da forma errada, batendo nos coleguinhas ou rabiscando o livro deles com lápis de cor... (quem nunca, né?) tudo isto com apenas 5 anos de idade.
Aos 7 anos, houve uma vez em que eu menti pra me livrar de uma situação (não que eu tenha me orgulhado disso). Eu estava terminando a prova e a professora saiu da sala. Dois meninos da classe me pediram as respostas das questões e eu não queria entregar. Após insistirem muito, eu escrevi em uma folha e um deles colocou na manga da blusa. Quando a professora voltou, entreguei a prova e fui liberada para o intervalo. Não demorou muito, eles saíram e me disseram que nós três estávamos encrencados, porque a professora tinha descoberto a cola e reconheceu minha letra. Os outros alunos começaram a me cercar perguntando se era verdade (afinal de contas, colar na segunda série naquela época era crime inafiançável) e eu disse que sim, mas que eles tinham me ameaçado. Os alunos discutiram com eles e acabou não dando em nada. Depois eu fui me desculpar com eles.
Um pouco mais tarde, aos 9 anos de idade, me envolvi em uma confusão que eu comento aqui. Em plena época em que o bullying ainda era uma palavra desconhecida resolvi brincar com o peso de uma colega de classe e ela me beliscou. Fomos as duas para a diretoria e quase levamos uma advertência.
No mesmo ano (isto eu não comentei em nenhum post anterior), um dos alunos da minha classe que mais visitava a diretoria estava voltando do recreio e quase todas as meninas da classe o cercaram e começaram a segurá-lo pelos braços, pés e roupas. Eu, estabanada e desorientada que sou, entro no meio da confusão e acabo acertando a cara dele com as mãos. Imediatamente, num impulso, ele chuta a minha perna e a professora vê. Como ele era menino e eu menina, pela desigualdade das forças, eu ainda acabei ganhando a causa...
Aos 12 anos, na sétima série, uma colega de classe ficou alguns dias sem falar comigo por causa de uma prova de ciências. Naquele dia eu me recusei a passar cola e, mesmo a prova sendo em dupla, não deixei que minha amiga (que estava "fazendo a prova comigo") visse as respostas, só para que ela não passasse as respostas para ninguém.
Aos 14, fiz uma caricatura de nossa professora de química. Como ela era muito rigorosa e antipática com os alunos, nenhum deles gostava dela. Mostrei o desenho para os colegas da classe na hora da aula de matemática. Uma das minhas amigas pegou o desenho e levou para a professora que estava na sala para que ela visse. Ao ver o desenho, a professora de matemática começou a rir e saiu da sala com o desenho na mão. Todo mundo me olhou, com pena de mim. Ela voltou com a coordenadora da escola (que tinha fama de brava entre os corredores) e ela estava com meu desenho nas mãos. Ao chegar na porta, a coordenadora perguntou quem tinha feito o desenho e eu admiti que tinha sido eu. Ela começou a rir e disse que estava muito bom, mas que eu deveria sumir com ele antes que parasse em mãos erradas. Foi um alívio ver a forma como ela reagiu...
No mesmo ano, eu estava fazendo uma prova de literatura quando, de repente, uma borracha enorme voa na minha carteira. Quando olhei a borracha estava a pergunta de uma questão. Coloquei a resposta, entreguei na mão da minha amiga que tinha jogado e disse "obrigada" em voz alta, para dar a intenção de que eu a tinha emprestado. A estratégia teria funcionado se ela não tivesse arremessado a borracha novamente na minha mesa e a professora começa a desconfiar. Ela vai até minha carteira, pega a borracha e me dá o maior sermão, de que eu não deveria fazer isto, porque ela também teria que estudar para ser alguém na vida e todo este discurso que, depois que a gente cresce a gente vê que não era para tanto. Afinal de contas, o que garante o futuro de alguém não é as notas que ele tirava na escola, mas sim sua capacidade de raciocínio, sua forma de lidar com o emocional, força de vontade e boas oportunidades. É claro que viver de colas na prova é uma questão de honestidade e realmente devemos receber alguma "bronca" pra moldar nosso caráter, mas sei de muita gente que colava na época da escola que hoje está em bons cargos em grandes empresas, melhores que eu financeiramente. Não os invejo e nem tenho raiva disso, porque eu mesma decidi o que queria pra mim.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Brincando na rua

Quando vejo que hoje em dia são poucas as crianças que não vivem enclausuradas dentro de casa durante a maior parte do tempo em que não estão na escola, usando aparelhos eletrônicos, como computadores, vídeo games e televisores, penso em como eu poderia ter aproveitado melhor a minha infância.
Não era sempre que meus pais me deixavam brincar na rua, mas isto não me impedia de brincar com as outras crianças. Meus vizinhos, que tinham minha faixa etária iam até o portão da minha casa. Lá nós compartilhávamos brinquedos e conversávamos durante horas. Eles muitas vezes do lado de fora do portão e eu do lado de dentro.
Quando existia a possibilidade dos meus pais ficarem na calçada nos observando, aí era a maior festa. Brincávamos de brincadeiras que talvez muitas crianças hoje desconheçam.
- Elefantinho colorido: onde alguém ficava de costas, escolhendo cores e os demais tinham que encontrar objetos com a cor escolhida.
- Mamãe disco: alguém escolhia que música deveríamos cantar e, cada um que acertava tinha direito a um passo a mais, até chegar do outro lado da rua.
- Esconde-esconde: nas ruas, o que não faltava era opção de lugar criativo para nos escondermos.
- Futebol: mesmo na época a minha rua sendo uma descida, era comum fazermos traves com chinelos e jogamos uma partida quase que sem regras.
- Taco: um tipo de adaptação do beisebol, onde os jogadores tinham que rebater bolinhas na tentativa de mandá-las para longe, aumentando os pontos cada vez que conseguíamos cruzar os tacos, enquanto o adversário buscava por elas.
- Pião: Eu sabia rodar vários tipos de pião, conseguia jogá-los para cima e pegá-los na mão enquanto estavam rodando. Era uma sensação boa e ao mesmo tempo fazia cócegas nas palmas das mãos.
Mesmo depois dos meus 18 anos, quando me mudei de casa, ainda cheguei a brincar na rua com meus vizinhos e amigos. Tenho boas recordações desta época.
Me lembro que, quando pequena, aprendi a fazer pipas com meus vizinhos. Pipa convencional, papagaio, capucheta... eu nunca tive esta neurose de achar que isto era brincadeira apenas para meninos. Quando fazíamos as pipas, meus pais levavam minha irmã e eu para soltarmos nas pracinhas, no horto da cidade ou quando tínhamos a oportunidade de visitar alguma chácara. A tristeza começou quando descobrimos que algumas pessoas tinham como diversão cortar a linha das outras pipas. Isto me decepcionou e desanimou muito, pois eu levava tempo pra montar uma pipa personalizada, com olhinhos, franjas e tudo, pra depois alguém roubar ou destruir apenas por hobbie.
Teve sim a época da minha vida em que eu brinquei de vídeo game, mas não foi uma substituição das brincadeiras que eu já brincava e sim uma opção de diversão para os dias de chuva ou que não tínhamos a possibilidade de sair.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Em pleno trânsito

Minha mãe tinha pavor de moto, antes mesmo que eu tivesse uma. Ela via muitas reportagens sobre motoqueiros que perderam suas vidas ou que ficaram em estado muito grave de saúde.
Hoje amanheceu chovendo, o tempo fechado, aquela preguiça a mais para acordar e lá vou eu para mais um dia de trabalho. Ao sair, coloquei a capa de chuva para sair de moto, porque estava caindo uma chuva fina.
No meio do caminho a chuva começou a engrossar e eu pedi a Deus: "Senhor, me guarde dos maus motoristas".
Estava tudo bem, apesar da visibilidade, até que eu sinto que a moto começou a sambar e diminuo a velocidade. Percebo que furei o pneu de trás da moto. Em uma via de 70km/h, foi coisa de Deus eu ter percebido antes que ela deslizasse. Diminui bastante a velocidade e segui o restante do caminho sem maiores problemas.
Esta não foi a primeira vez que eu fui salva de um possível acidente e a única vez que me acidentei de moto, um carro cortou a minha preferencial e eu não consegui desviar dele. Minha moto ficou com a frente destroçada, tive que trocar várias peças de direção, mas comigo o máximo que aconteceu foi uma manchinha roxa na cintura que sumiu em alguns dias.
Uma vez eu parei a moto antes de entrar em uma rotatória e, ao ver que nenhum carro estava vindo, acelerei para sair. Foi quando, do nada, veio uma moto correndo na minha direção. Freei imediatamente, as rodas traseiras da minha moto até deslizaram, fizeram barulho e até subiu um cheiro de queimado, mas foi possível evitar o choque.
Outra vez, meu noivo e eu estávamos em seu carro, parados no semáforo e, quando o sinal abriu, ele olhou para o retrovisor para conseguir ver os carros que vinham e sinalizar e o carro que estava na nossa frente freia de repente. Eu só tive tempo de gritar: para! E não nos chocamos com aquele carro.
Se tem uma coisa que faz qualquer um correr riscos de acidentes no trânsito é o mau uso de sinalização pelos motoristas e motociclistas. Não são todos que sabem usar uma seta, por exemplo. Uns dão seta e já saem virando, como se nós fôssemos videntes (tem vezes que a gente até consegue prever a burrice a partir do momento que a gente para de superestimar os motoristas). Outros não dão seta, entram e ainda te xingam se você estava no meio do caminho dele.
Agora, quando se tratam de sinalização de faixas, acho que uma minoria pouco significativa sabe usar. Às vezes o cara está na última faixa da esquerda e quer entrar para a direita, mesmo que tenha que fazer os carros das outras duas faixas pararem pra esperar ele passar, além de outras inúmeras situações.
Não estamos isentos de acidentes. Deus nos guarda, mas uma direção consciente ajuda muito a fugir destas situações.
Hoje, com um pouco mais de três anos de habilitação, minha mãe já me disse que até confiaria andar de moto comigo.