segunda-feira, 23 de julho de 2012

Uma quase advertência

Com exceção de 1995, que eu tive alguns problemas com colegas de classe, conforme disse na postagem anterior, eu sempre fui uma boa aluna e os professores não tinham do que reclamar. Teve um dia, porém, em 1999, que as coisas fugiram um pouco do controle.
Neste dia a escola onde eu estudava resolveu fazer "O dia do pastel", que nada mais era que um recreio bem maior que daria pastel no lugar da merenda convencional. Enquanto todos os alunos da escola estavam comendo pastel tudo estava em paz, mas à medida que ficávamos desocupados a correria pelo pátio começava, surgiam brigas e gritarias, alunos caíam e se machucavam...
As inspetoras da escola, que não eram muitas, estavam perdendo a paciência e mandando todo mundo pra diretoria sem motivo algum.
No final no "grande recreio" estávamos esperando a professora substituta chegar e começamos a conversar na frente da sala (que ainda estava trancada). Uma amiga que tinha mais ou menos o mesmo "porte físico" que eu (que pesava míseros 25kg) começou a falar que ela já tinha quase 30kg e tal (coisa de criança). Eu, na minha imensa sabedoria, comecei a falar que ela só teria 30kg se a balança estivesse quebrada e, acredite, ela se sentiu ofendida com isto e me segurou pelo ombro, me beliscando. Minha prima tomou minhas dores e mandou eu reclamar na diretoria.
Lá estávamos nós na fila da diretoria (que estava bem movimentada naquele dia). Não falamos uma com a outra até que começaram a nos interrogar e contamos o que aconteceu. Ela disse que eu tinha chamado ela de magrela e eu disse que ela tinha me beliscado. Enquanto uma mulher nos ouvia a outra já estava digitando nossa advertência. E saímos da diretoria, cada uma com uma advertência que deveria ser assinada por nossos pais ou não entraríamos na escola no dia seguinte.
Quando entramos na sala de aula eu chorei tanto que a professora falou pra eu sair e tomar um ar. Saí da sala ainda com o papel na mão. Olhava para a advertência e chorava ainda mais.
A coordenadora da escola, que tinha sido nossa professora e nos conhecia muito bem, me viu chorando e se aproximou pra saber o que estava acontecendo. Expliquei toda a história e ela entendeu que era apenas uma situação normal de criança e que uma advertência era exagero. Ela pediu que eu e a menina entregássemos as advertências para ela e não tivemos mais notícias das mesmas.
Cheguei em casa aliviada e contei o que tinha acontecido. Meus pais não ficaram bravos comigo. Nem eu mesma entendia porque tudo aquilo tinha acontecido. Quase levei uma advertência por um motivo tão bobo.

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